Nesse episódio, transmitido ao vivo em 30 de março de 2021, a Laís Mascarenhas conversa com Ana Beatriz Siqueira – gerente nacional de parcerias e relacionamento da Teto, Luiz Donadio – coordenador de captação de recursos da Fiocruz e Carla Nóbrega – diretora de mobilização de recursos e comunicação da Habitat. As pessoas convidadas trouxeram um pouco dos aprendizados, do que foi feito durante a pandemia e quais são as perspectivas das organizações.
Laís iniciou o webinar apresentando o impacto da pandemia nas doações dos clientes da Trackmob. Em março de 2020 foram alcançados bons resultados com novos doadores, com o pico de doações em maio. Mas doações recorrentes apresentaram certa estabilidade após a queda do pico. Acompanhe o artigo e veja como as três organizações lidaram de diferentes formas perante todos os desafios impostos pela pandemia.
Ações realizadas pela Fiocruz, Teto e Habitat
Luís comentou sobre as ações da Fiocruz para redução do impacto da Covid-19: a Fundação criou o Programa Unidos contra a Covid, uma rede que permitiu a criação de um centro hospitalar com mais de 200 leitos, duas centrais de teste e expansão da fábrica de produção da vacina. Um barco ambulatório para atendimento de populações ribeirinhas também foi construído, além da distribuição de cestas básicas e itens de higiene.
O coordenador de captação de recursos da Fiocruz destacou que essas ações, como a construção do hospital, deixaram um legado para o SUS, e que tudo isso só foi possível graças à rede de engajamento e apoio de diversos setores da sociedade.
Carla Nóbrega, da Habitat, iniciou sua fala mencionando que a pandemia trouxe visibilidade para o problema da moradia. Ela diz: “as pessoas falavam: ‘fique em casa’, mas que casa? Com quais condições?”
Com a causa da moradia em alta, a Habitat lançou uma campanha de crowdfunding para distribuição de alimentos e bateu um recorde: em um mês arrecadaram 70 toneladas! A campanha foi realizada com pessoas físicas e por meio de parcerias com empresas. Para oferecer infraestrutura em comunidades mais vulneráveis, a Habitat construiu mais de 500 pias comunitárias (ou 150 mil pessoas atendidas em 18 estados)!
Ana comenta que as atividades realizadas pela Teto na pandemia são bem semelhantes às já apresentadas, como o crowdfunding para cestas básicas e a união entre pessoas físicas e empresas, o que resultou em números bastante significativos para a organização.
Para fortalecimento do protagonismo social, Ana explica que foram realizados diagnósticos participativos com as comunidades e que as ações da Teto foram movidas por 3 pilares: 1- acesso à água e saneamento, 2 – segurança alimentar e combate à fome e 3 – formação comunitária.
As mudanças na gestão e as adaptações necessárias
Carla comenta que na pandemia, a Habitat aprendeu a trabalhar de uma forma especializada, além de aderir outras ferramentas para fazer uso do telemarketing, já que a captação face-to-face não era possível.
Com esforços para manter a recorrência nas doações, a organização conseguiu garantir estabilidade nos resultados. Outro destaque foi a elaboração de uma rede de mais de 60 parceiros que permitiu uma escalabilidade em sua atuação, como a presença em diferentes regiões do país.
No caso da Fiocruz, Luís contou sobre o engajamento de pessoas físicas para doações pontuais para o programa Unidos contra a Covid-19.
Ele evidenciou a dificuldade de ações como essa com o setor público, e do vasto campo de oportunidades nesse sentido, principalmente no momento em que há mobilização da sociedade como um todo por uma causa, passando inclusive pelas empresas, com as práticas ESG em alta.
Na visão de Luís, existe um movimento solidário que pode ser aproveitado no primeiro setor para fortalecer a ciência e tecnologia e o Sistema Único de Saúde.
Ana comentou sobre a fase de crescimento da Teto: há uma dificuldade para estabelecer um equilíbrio entre campanhas de doações financeiras sem um objetivo específico e as que são voltadas para determinadas ações/projetos. Assim, a Teto começou a dar ênfase a um fundo de recursos monetários e à captação com indivíduos. Dessa forma, conquistou mais de 100% de doadores ativos e aproximadamente 50% de doadores recorrentes.
Para alcançar resultados tão expressivos, a organização realizou uma campanha de crowdfunding e passou a ter uma cultura de dados mais estruturada, para compreender como otimizar resultados de marketing. Ana mencionou também as campanhas corporativas, em que a Teto engajou pessoas físicas por meio de empresas.
Leia também: Como a TETO conseguiu doações com sua rede de voluntariado
Conclusões dos participantes sobre novos desafios e aprendizados
- Fazer planejamentos – mesmo que precisem sofrer alterações
- Olhar mais para os dados e compreender indicadores
- Elaborar estratégias para não depender de poucos financiadores
- Lembrar que o Marketing Relacionado à Causa atrai não só investimentos masdoadores individuais
- Formar redes e campanhas com objetivos/causas em comum com outras organizações tende a otimizar resultados
- Ter atenção ao contexto: olhar para a sociedade para compreender o que é preciso ser feito e como pode ser feito
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