O que determina o sucesso da captação de recursos? Facilmente falamos em canais de captação, dados, inteligência e dinheiro. Mas há alguns dragões a serem derrotados nessa jornada para que seja possível criar um ambiente organizacional que acolha e integre uma operação de captação de recursos saudável. É possível desenvolver a cultura de doação dentro da própria organização? Tem mesmo como mudar mentalidades?
No 7º episódio da série #TrackLearning, ajudamos a responder a essas perguntas. Thalita Salgado, Diretora de Captação e Mobilização de Recursos da Anistia Internacional, partilha a sua experiência em vários contextos e organizações pelas quais passou, como a Fundação Abrinq, o Teto, a Habitat e a Fundação Dorina para Cegos. Também contamos com o Rodrigo Alvarez, da Mobiliza Consultoria. A conversa é mediada pelo Filipe Páscoa, Consultor Internacional de Captação de Recursos e Mobilização Pública e Conselheiro de Inovação da Trackmob.
Escassez e abundância: uma questão de perspectiva?
Thalita abre sua fala com uma analogia a partir do ditado do “copo meio cheio ou meio vazio”, explicando que apesar das dificuldades, é preciso enxergar oportunidades para aproveitar o que se tem nas mãos, independentemente do tamanho da organização.
Rodrigo amplia a conversa falando que o primeiro recurso que um captador precisa mobilizar é o interno – entendendo “recurso” como algo além do financeiro. Ele cita a importância de construir uma cultura interna na organização que preza pelo tema da captação de recursos.
“A falta de recursos é uma questão de visão de mundo.
Temos recursos suficientes, eles só não estão no lugar certo.”
Rodrigo Alvarez
O especialista destaca o quanto é oportuno as áreas internas da organização estarem unidas e reconhecerem sua interdependência. Ele também lembra que o dinheiro ainda é um tabu na sociedade, e que as crenças limitantes relacionadas a ele devem ser superadas para que as pessoas ampliem suas visões sobre a área de captação
Thalita citou sua experiência na Anistia Internacional: na organização, foi inserido um momento exclusivo para falar de captação de recursos na reunião mensal com toda a equipe. Em cinco minutos são abordados desafios, panoramas e objetivos com o intuito de gerar reflexão e engajamento, “para que todos se vejam como participantes da promoção da autonomia e sustentabilidade organizacional”, completa.
A importância comunicação
“A exposição pública dá espaço aos haters, mas também aos lovers“, cita Rodrigo, lembrando que a exposição abre leques a muitas oportunidades, como por exemplo o sucesso do financiamento coletivo por meio da campanha realizada pelo Intercept Brasil. Ele complementa: “Não há captação de recursos sem diálogo público”.
“Quanto mais a organização investe em comunicar a causa, maior é a força dessa organização para captar recursos.”
Thalita Salgado
Ao entrar no assunto, Thalita fala que a comunicação é importante para fidelizar, independente do tipo de parceiro. Ela ressalta que a transparência – como o ato de comunicar no site prestação de contas – também atrai possíveis investidores. Nessa perspectiva, afirma que o excesso de comunicação nunca vai ser um problema.
Conclusões dos participantes e mensagens finais:
- Promover o engajamento da equipe interna na captação de recursos
- Se colocar sempre como aprendiz para conquistar oportunidades para o futuro
- Incentivar que conselheiros e gestores de organizações promovam a transversalidade da temática de captação dentro da organização
Veja como enfrentar esses desafios assistindo ao webinar completo disponível no nosso canal do Youtube.
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