Descubra as tecnologias emergentes que estão transformando a captação de recursos no terceiro setor, incluindo IA, blockchain e análise de dados
O avanço tecnológico está moldando profundamente todos os setores da sociedade, incluindo o terceiro setor.
Tecnologias emergentes, como inteligência artificial, blockchain e automação, estão se tornando indispensáveis para organizações que desejam impulsionar a eficiência dos processos, otimizar campanhas de captação de recursos e ampliar o impacto dos projetos sociais.
Neste contexto, a adaptação às mudanças tecnológicas não é apenas uma oportunidade, mas uma necessidade para que sua organização cresça, amadureça e atinja todo o seu potencial.
Este artigo explora como o uso estratégico dessas inovações pode transformar a maneira como sua organização opera e se conecta com os doadores.
O que são tecnologias emergentes?
Tecnologias emergentes são inovações disruptivas (rompem os modelos tradicionais) que estão em desenvolvimento ou em fase inicial de aplicação, mas que possuem potencial para transformar setores inteiros da economia e da sociedade.
No terceiro setor, elas oferecem diversas aplicações. Uma delas é permitir que as organizações da sociedade civil criem conexões mais significativas com os doadores, ao entender profundamente suas preferências, necessidades e motivações em cada etapa da jornada de doação.
Para as organizações que já atingiram um alto nível de maturidade digital — ou seja, que utilizam dados para embasar suas decisões — os resultados são impressionantes. Segundo o Índice de Maturidade Digital da Salesforce, elas são 4 vezes mais propensas a atingir seus objetivos estratégicos e 2 vezes mais eficientes operacionalmente.
Tecnologias emergentes para captação de recursos no terceiro setor
A inovação tecnológica tem sido um motor de transformação para o terceiro setor, especialmente na captação de recursos.
Tecnologias emergentes, como inteligência artificial, blockchain, automação, big data, entre muitas outras, oferecem novas possibilidades para organizações otimizar seus processos, personalizar a interação com doadores, ampliar sua rede de contatos e aumentar a transparência nas transações.
Inteligência Artificial (IA)
Ferramentas de IA preditiva – modelos de inteligência artificial que analisam dados passados para prever comportamentos futuros – facilitam a análise histórica de dados de doadores, auxiliando na otimização de campanhas de arrecadação de fundos, criação de estratégias para evitar o churn (cancelamento de doações), identificação do momento exato para solicitar upgrades de doações, entre outras possibilidades.
Já a IA generativa – um tipo de inteligência artificial que utiliza dados existentes para criar novos conteúdos, como textos e imagens – pode ser aplicada para criar campanhas de marketing personalizadas, gerar e-mails ou mensagens e até sugerir novos métodos de engajamento com os doadores, tornando a experiência mais relevante e envolvente.
Blockchain
O blockchain é uma tecnologia que armazena e verifica dados de forma segura e transparente, utilizando uma rede de computadores.
Ao registrar transações em blocos encadeados, o blockchain garante que as informações não possam ser alteradas ou manipuladas. Isso acontece porque, ao modificar um bloco, a mudança se reflete em todos os outros, tornando qualquer tentativa de fraude facilmente detectável.
Alguns dos benefícios da aplicação dessa tecnologia no terceiro setor são:
- Transparência: o blockchain permite rastrear o caminho das doações, mostrando aos doadores o destino da sua contribuição.
- Segurança aprimorada: com um registro digital imutável e descentralizado, o blockchain torna muito mais difícil a manipulação ou roubo de dados, garantindo que as informações sensíveis dos doadores e os fundos arrecadados sejam protegidos contra hackers.
- Resposta rápida em emergências: algumas pessoas preferem fazer doações de forma anônima, especialmente quando se trata de altos valores. O blockchain possibilita que essas doações sejam realizadas com a privacidade desejada, ao mesmo tempo em que garante que o processo permaneça transparente e rastreável.
Big Data
Big Data, é uma área focada em estudar formas de tratar, analisar e extrair insights de um grande volume de dados que não podem ser processados por sistemas convencionais.
Com ele, é possível analisar padrões de comportamento de doadores, avaliar a eficácia de programas e identificar as necessidades específicas das comunidades.
A organização WWF utilizou Big Data para aprimorar seus esforços de conservação.
Com a aplicação de algoritmos de aprendizado de máquina e imagens de satélite, foi possível monitorar em tempo real as populações de animais selvagens e identificar atividades ilegais, como a caça furtiva, proporcionando uma resposta mais rápida.
Na era cada vez mais digital, o big data e a inteligência artificial têm o poder de transformar o destino de muitas espécies ameaçadas de extinção. O Wildlife Insights promete dar vida a milhões de imagens inéditas e aplicá-las a decisões críticas de conservação.
Margaret Kinnaird – Líder de Prática de Vida Selvagem do WWF
Automação de Atendimento
A automação de atendimento é um conjunto de práticas que utiliza tecnologias para transformar processos manuais em operações automáticas, reduzindo o esforço humano e otimizando o atendimento ao doador.
Trata-se de um conjunto de práticas que utiliza tecnologias para transformar processos manuais em operações automáticas, reduzindo o esforço humano e otimizando o atendimento ao doador.
A automação elimina barreiras que dificultam a conclusão da doação, melhorando a experiência do doador e aumentando a taxa de conversão.
Algumas das tecnologias mais comuns aplicadas no terceiro setor são:
- Chatbots: sistemas programados para responder automaticamente a perguntas e interagir com doadores em tempo real.
- E-mails automáticos: mensagens enviadas para confirmar doações, fornecer recibos ou informar sobre o impacto da contribuição.
- FAQs interativos: permitem aos doadores acessar respostas rápidas para perguntas frequentes, como detalhes sobre como doar, quais projetos sociais estão sendo financiados ou como o dinheiro é utilizado.
- Roteamento de chamadas: sistemas que direcionam ligações para departamentos específicos com base nas necessidades do doador.
Tecnologia de Pagamento Instantâneo: Pix e QR Codes
O PIX, utilizado por 90% da população adulta no Brasil, deve encerrar o ano com um aumento de 52,4% no volume de transações em relação ao ano anterior, segundo o Banco Central.
Esse sistema de pagamento instantâneo permite transferências em segundos, de forma prática e gratuita, sendo uma excelente alternativa para captar doações.
Já com o uso de QR Codes, as doações se tornam ainda mais simples: basta escanear o código com o celular para contribuir de forma rápida, seja em eventos, campanhas online ou materiais impressos.
Essa praticidade é especialmente relevante para doações recorrentes ou de baixo valor, incentivando mais pessoas a se engajarem sem comprometer seu orçamento.
Como implementar tecnologias emergentes na captação de recursos
A adoção de tecnologias emergentes requer uma abordagem estratégica e cuidadosa, porque, embora poderosa, demanda adaptações nos processos internos e na mentalidade da organização.
Crie um plano de estudo para tecnologias emergentes
Antes de implementar tecnologias emergentes na captação de recursos, é fundamental compreender seu funcionamento e identificar como elas podem beneficiar sua organização. Um estudo inicial garante que a solução escolhida esteja alinhada às suas necessidades específicas.
Plano base de estudo:
- Pesquise cursos e treinamentos sobre tecnologias emergentes.
- Investigue como organizações globais estão utilizando essas tecnologias e quais resultados alcançaram.
- Avalie custo-benefício e escalabilidade.
- Consulte especialistas e participe de eventos do setor.
Para se aprofundar, acompanhe o webinar da TechSoup, financiado e encomendado pela Microsoft.
Selecione as áreas para implementação
A implementação de tecnologias emergentes deve ser estratégica e focada nas áreas que mais se beneficiarão delas.
Perguntas para orientar a sua observação no processo de captação de recursos:
- Você consegue engajar novos doadores de forma rápida e personalizada?
- Você tem dificuldades em personalizar as campanhas para diferentes perfis de doadores?
- A criação de relatórios é um processo manual, demorado e propenso a erros?
- Você consegue tomar decisões rápidas com base nas informações disponíveis?
- A equipe sabe lidar com grandes volumes de perguntas ou interações de forma eficaz?
Para responder a essas perguntas, é fundamental conversar com as equipes da linha de frente, porque elas têm um conhecimento profundo das dificuldades diárias enfrentadas.
A partir das respostas, você será capaz de definir objetivos claros sobre o que pretende alcançar com a tecnologia, como redução de custos, aumento da produtividade, melhoria na tomada de decisões, otimização do atendimento, entre outros.
Escolha as ferramentas certas
Com as necessidades específicas compreendidas, use a Matriz de Esforço vs. Impacto para priorizar as ferramentas.
Essa matriz ajuda a visualizar claramente quais iniciativas exigem pouco esforço e oferecem grande impacto, e quais demandam mais recursos e tempo, mas têm um impacto limitado.
Verifique também se a tecnologia pode ser integrada aos sistemas já utilizados pela organização, como o CRM.
A integração de ferramentas de automação ou IA, por exemplo, pode ajudar a identificar tendências de comportamento dos doadores, otimizar a comunicação e aumentar o engajamento.
Capacite sua equipe
A tecnologia pode ser um grande facilitador, mas para que ela traga os resultados esperados, é essencial que todos os membros da equipe saibam como utilizá-la de maneira eficaz.
- Determine quais competências sua equipe precisa para utilizar as novas ferramentas.
- Proporcione cursos ou workshops focados no uso das tecnologias adotadas, com aplicação direta no trabalho da equipe.
- Incentive a capacitação contínua para acompanhar as atualizações tecnológicas. Você pode criar um grupo para compartilhar artigos e notícias relevantes sobre o tema.
- Ofereça materiais e canais de apoio para resolver dúvidas e dificuldades após a implementação.
Desenvolva projetos pilotos, defina e acompanhe os KPIs
Um projeto piloto é uma implementação em pequena escala de uma nova tecnologia ou processo, com o objetivo de testar sua viabilidade e impacto antes de adotá-la em larga escala. Ele permite que a sua organização experimente soluções de forma controlada, minimizando riscos e otimizando recursos.
Durante a execução do piloto, o acompanhamento dos indicadores-chave de desempenho (KPIs) é essencial para avaliar se a tecnologia está atingindo os objetivos planejados.
Para estruturar um projeto piloto, você precisa:
- Estabelecer o objeto dos testes, como a redução do tempo gasto em tarefas manuais ou o aumento do engajamento com doadores.
- Utilizar métricas que permitam avaliar o sucesso do piloto, como custo por doador adquirido, tempo economizado no atendimento ou taxa de conversão de doações.
- Selecionar ferramentas que facilitem o acompanhamento de dados e forneçam relatórios claros.
- Avaliar os resultados com base nos KPIs para identificar o que funcionou, o que pode ser ajustado e o valor real da solução testada.
- Caso os resultados sejam positivos, planejar a expansão do uso da tecnologia para outras áreas ou processos da organização.
Case de sucesso: aplicação de Blockchain em projetos sociais
No Canadá, o uso do blockchain pela WWF está transformando a coleta, o armazenamento e o compartilhamento de dados sobre a qualidade da água de rios e lagos.
Antes da implementação da tecnologia, os dados coletados por voluntários, cientistas e pesquisadores universitários frequentemente se duplicavam ou apresentavam lacunas, dificultando análises consistentes.
Como resultado, mais de 800.000 pontos de dados já foram coletados de diversas fontes, como grupos governamentais e organizações de povos originários, ajudando a criar uma base de dados confiável para decisões relacionadas à conservação de bacias hidrográficas.
Transforme sua captação de recursos com tecnologias emergentes
A inovação é essencial para ampliar o impacto do terceiro setor, especialmente na captação de recursos.
A adoção de tecnologias emergentes transforma a maneira como as organizações se conectam com os doadores, otimizam seus processos e expandem o alcance dos projetos sociais.
A Trackmob é uma aliada estratégica, oferecendo soluções inteligentes adaptadas às necessidades reais da sua organização e auxiliando na implementação de tecnologias emergentes.
O momento para agir é agora. Agende uma conversa com um de nossos especialistas!
